Antifascismo, sub-culturas e cotidiano

"A ultima coisa que eu queria era encontrar-me envolvido em algum combate na rua sem sentido. Não é minha idéia de uma forma útil de morrer." George Orwell- Homenagem à Catalunha cap 8 relato sobre os confrontos frequentes entre os próprios antifascistas na rev espanhola


Recentemente após marcado um evento antifascista por parte da MAP-SP, a pagina do facebook referente ao evento se tornou alvo de mutuas acusações entre sectarios, sharps, outros skins e algumas pessoas ligadas a ambas culturas. O que tenho visto é uma constante falta de respeito entre todos  dos lados.
É triste ver ainda que pessoas acham que subculturas são mesmo uma força realmente revolucionaria no contexto geral. Nada contra sub-culturas, infelizmente tenho a realidade de quando se liga as subculturas a politica em muito dos casos se têm a ilusão de que os problemas políticos de uma região se resumem as brigas subculturais aqui e ali. Achar que por exemplo o fascismo se resumem aos carecas e que os carecas se resumem a seu rolé são dois erros. Grupos de direita pró-ditatoriais como Resistencia Nacionalista tem entre seus menbros muitos menbros que vieram de outros grupos carecas de fato, mas o que não se vê por exemplo é o que os mesmo já vêm fazendo nas favelas ensinando seus "principios" junto com aulas de artes marciais. Institutos como o IPCO vêm completamente desligado de culturas punks ou skinheads fazendo palestras e fazendo panfletagem para o povo tambem ensinando principios monarquistas sob o lema de "tradição/ familia / propriedade". Enquanto isso  varias pessoas de sub-culturas ficam preocupadas com coisas insignificantes como fulano está na rua ou na internet, fulano não dá rolé, cultura antifascista X tem mais menbros na rua que cultura antifascista Y.

Namoral, dá pra acordar? Dá pra notar que enquanto as pessoas ficam com debates de egos culturais tem gente morrendo dentro e fora do rolé? Sinto informar vocês, mas caso venha uma ditadura não é a cultura "anarko-punk", "punk" ou skinhead que vai salvar vocês. É o povo, o seu Raimundo, o seu José, a dona Ana, entre outras pessoas alheias a tudo que se passa no rolé. Enquanto vocês estão ai discutindo qual cultura é mais numerosa no rolé, impondo que as pessoas tem que andar com você ou impondo que fulano não pode andar com sicrano, os fascistas, monaquistas e outros grupos pró-ditadura estão lá convencendo o povo, pessoas do seu cotidiano, do seu trabalho, da sua comunidade a apoiar eles. Então parem de achar que vocês são os super-herois  poderosos acima do povo protegendo eles das forças malignas e se assuma como um igual, deixe de se um ativista e se torne uma pessoa, de carne e osso com coisas pra aprender e a ensinar, muito alem das subculturas, porque a politica vai desde o preço do leite (ou leite de soja) que você compra, até as obrigações que impôem a você atráves do estado. A subcultura mal direcionada pode se tornar outra Matrix, saia da Matrix, viva a realidade.


4 comentários:

  1. Eu insisto nisso, é tal postura que me afasta do "rolê" e me leva a crer que posso fazer muito mais como EDUCADOR que como skinhead "do rolê".

    Triste ver que o rolê está, cada vez mais, quem tem o pau maior. =/

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  2. Discutir aspectos culturais dentro da cena é errado??
    Eu como anarco-punk não gosto da pseudo cultura skinhead, não sou contra o individuo que se assume skin(porém acredito que ele acredita em uma mentira), mas eu não gosto do revisionismo da mentira contada e gritada a todos os lados tentando limpar a barra dos skins de 69.

    Você não pode decidir o que pode ou não ser discutido, acho super coerente ter este tipo de debate, ele tem que ser produtivo e não provocativo. Eu me assumo anarco-punk(pelos meus motivos) e sempre vou lutar por uma vivencia coerente daqueles que partilham do mesmo, ou dizem, partilhar do mesmo sentimento que eu e quando sentir essa falta de coerencia eu irei expor isso.

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  3. E o movimento anarco-punk, não é sectario por ser contra a união PUNK-SKIN. Sempre trabalhamos com diversos grupos sociais.

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