Pela liberdade de ouvir o que quizer

"Respeito é bom e eu gosto"Mr Catra (brincadeirinha =P)


Em todo o lugar, as pessoas sempre querem se encaixar num grupo que de forma as faça querer se sentir superiores que as outras, na cultura musical não é diferente. Quando essa cultura se mistura com politica muitas vezes é quando essa prepotência mais abunda.
Hoje é muito comum alguns punks ou roqueiros quererem se sentirem superiores de alguma forma por considerar sua vertente musical mais politizada, mais libertária ou coisa do do tipo (pessoas de visão coletivista já vão chegar aqui logo querendo dizer que estou falando de todos os rockeiros ou todos os punks, veja bem, em momento nenhum disse isso). Isso se torna pior ainda quando termina no preconceito e depreciação de outras culturas, ou quando tentam culpar os seguidores de outros gêneros pelas meselas da sociedade. Pois bem em relação a politização e a despolitização das musicas posso citar aqui algumas vertentes que abrangem ambos.

O OI! tão conhecida vertente do punk possui vários desdobramentos por exemplo, desde o RAC (fascista/nazista) ao RAR (esquerdista/comunista) até letras mais libertárias, pacifistas e anti-trabalhistas como o album cover que OI! Polloi fez do Crass todo em versão Oi!. Porem não podemos esquecer de bandas mais despolitizadas tanbem como Cock Sparrer ou Cockney Rejects porem culturalmente patriotas e trabalhistas. Enfim podemos ver que no Oi! abriga uma grande diversidade de visões muitas vezes distintas, politizadas ou não.

Ainda dentro do punk, podemos chegar no Hardcore que abrange desde vertentes mais reacionarias como Hatecore até vertentes mais liberais como o Queercore. Existe o hardcores mais punk, o hardcore mais hooligan, o hardcore de favela. Enfim é dificil traçar um perfil generalista ao Hardcore como tentam fazer os puristas.

No Metal não é diferente, existem desde bandas de metal assumidamente nazistas como NSBM, até bandas de Thrash Metal libertário, bandas com um fascismo mais disfarçado como Pantera divide espaço com bandas mais despolitizadas mais voltada ao mundo nórdico e romântico. Já bandas como Scatha destilam seu ódio contra essa sociedade podre de maneira nada romântica e mais real, crú.

Vemos então a impossibilidade de traçar um perfil de forma geral pra diverssos gêneros musicais, Porque? porque como eu mesmo acabei de falar são apenas vertentes musicais ou culturas musicais enfim.
Pessoas tentam o tempo todo romantizar sua cultura ou seu estilo musical de forma a querer se fazer parecer melhores que os outros por isso.O que isso gera? Preconceito

Então vemos assim varias pessoas que por exemplo se deviam pretender libertárias dizendo coisas como se exterminar nos funkeiros fosse resolver todo o problema da criminalidade. Não consigo ver isso se não como uma postura abertamente direitista. Porque? Funk é musica que mais toca hoje nas favelas, logo reproduz muitas vezes a realidade da favela, o que se esperar se não reproduzir o que passam a eles? Ae é bem mais fácil pagar de rockeiro ou punk superior e discriminar o funkeiro como marginal e outras coisas. Engraçado né que até onde me lembro a cultura que se pretendia marginal  no inicio era o punk, sempre objetivando chocar de alguma forma.
E o preconceito não para por ae. Funkeiro é marginal, pagodeiro é alienado, tudo que se aproxime de certa maneira mais do gosto popular, longe do underground ou do rock que seja é tachado de alguma forma pejorativa. Mas se pegarmos por exemplo o funk mais antigo por exemplo, veremos letras bem diferentes do machismo depreciativo a mulher e pedófilo encontrado hoje. Na verdade justamente depois que o tempo que o funk andou recebendo umas propagandas contra que resultou no chamado proibidão. Sempre que um estilo musical for criminalizado por um grupo ele vai acabar sendo abraço pelo seu oposto naturalmente. Libertários mais inteligentes que observaram isso ao invés de ficarem apontando dedo na cara dos funkeiros pra se sentirem superior, criaram o anarko-funk, antisextista, anti-estatista e tudo mais.
O pagode também ao contrario do que dizem as pessoas não é só de musicas de corno ou românticas, existem as letras mais voltadas para a sociedade como por exemplo Favela do Exaltasamba.

Uma grande prova de como gêneros musicais são ordem espontâneas livres e independentes da vontade alheia, o Hip Hop que antigamente era um dos maiores veículos de de protesto no EUA hoje é seu inverso,  musica comercial e conformista. Enquanto o punk que surgiu despolitizado e comercial é a vertente musical que mais se fala de anarquismo, liberdade, politica.
Uma prova de como um ritmo musical não influencia nada o desenvolvimento da ideia da letra é que existe hoje reggae fascista na Itália e acreditem se quiser reggae nazista (que obviamente eu num vou colocar aqui pra não ajudar a veicular esse tipo de porcaria).

Ae vão chegar os politicamente corretos ou as babás como o Funnie disse aqui uma vês e voltar pro velho argumento:
"Mas as pessoas são reflexos do que ouvem, as ideias entram na cabeça delas e tomam elas mi, mi, mi"
Ah pelamor de Deus
Namora, eu odeio drogas, ouço trocentos reggaes com apologia a maconha e nunca fiquei com vontade de me drogar por isso, ouço skas mais atuais dos mais esquerdistas aos mais reacionários e nem por isso virei comuna ou dietista. Ouvir uma coisa é diferente de ser aquela coisa.

Não vou dizer que as vezes um ritmo musical que não me atraia em determinada musica não me atrai pela letra. Sim acontece comigo, mas por exemplo eu encontro musicas libertárias desde  no punk rock, rap, funk, metal até mesmo no jazz e na folk music.

E outra não é pq uma pessoa ouve um tipo de musica que não pode ouvir outro, não super comum pessoas ouvirem punk rock e reggae hoje? Porque pessoas não podem ser punks e ouvirem pagode tanbem? serem rappers e curtirem pagode? Você só come comida salgada ou doce? Então pronto, gosto é gosto, sua subcultura não pode definir todos os seus gostos.

Então para de hipocrisia, pessoas se aproximam mais de estilos musicais pelo ritmo que mais lhe agrade e não por ser mais ou menos politizados/mais ou menos libertário/mais ou mais ou menos reacionários. E dentro do seu espaço musical podem assim se posicionar como interessarem se si interessarem. Culturas musicais são culturas musicais e gosto e apreciação musical são que nem impressão digital, cada um tem o seu. Então esvazie seu cálice e pq sem seus preconceitos a questão musical se torna cada vez mais subjetiva e livre.
CADA UM DEVE OUVIR O QUE QUISER, AFINAL LIBERDADE NÃO É SÓ PERMITIR AS PESSOAS FAZEREM O QUE EU GOSTO, SE FOSSE ASSIM TODOS OS GOVERNOS SERIAM LIBERTÁRIOS
abraço do skinhead regueiro, pagodeiro, funkeiro,sambista e o que mais eu quiser ouvir.

5 comentários:

  1. PORRA, Vento, mandou benzaço agora hein! Parabéns

    ResponderExcluir
  2. Mandou muito bem, mas tem um erro histórico: O funk carioca nasceu na classe alta, e só aí foi para os morros e favelas. Tudo bem, eu entendi o que você quis dizer, o que importa realmente é que o funk AGORA tá na boca dos morros e das classes mais baixas, o passado já foi.

    ResponderExcluir
  3. Não, não, o funk carioca surgiu nos morros e guetos, musicas como rap do silva, rap da favela, até pq na epoca tinha essa msitura né se chamava funk de rap tb e pah
    depois que ele chegou nas televisões e pah e começou a se tornar musica de classe media e até ser feita pela classe media
    até ele ser proibido por um tempo ae e se reduzir as favelas de novo onde passou a se abrigar na sua pior forma, os proibidões.

    ResponderExcluir
  4. Aaah, entendi. Então eu conhecia a história só do meio pra frente. Perdão.

    ResponderExcluir
  5. "CADA UM DEVE OUVIR O QUE QUISER, AFINAL LIBERDADE NÃO É SÓ PERMITIR AS PESSOAS FAZEREM O QUE EU GOSTO, SE FOSSE ASSIM TODOS OS GOVERNOS SERIAM LIBERTÁRIOS."

    Apoiado.

    ResponderExcluir