Antifascismo, sub-culturas e cotidiano

"A ultima coisa que eu queria era encontrar-me envolvido em algum combate na rua sem sentido. Não é minha idéia de uma forma útil de morrer." George Orwell- Homenagem à Catalunha cap 8 relato sobre os confrontos frequentes entre os próprios antifascistas na rev espanhola


Recentemente após marcado um evento antifascista por parte da MAP-SP, a pagina do facebook referente ao evento se tornou alvo de mutuas acusações entre sectarios, sharps, outros skins e algumas pessoas ligadas a ambas culturas. O que tenho visto é uma constante falta de respeito entre todos  dos lados.
É triste ver ainda que pessoas acham que subculturas são mesmo uma força realmente revolucionaria no contexto geral. Nada contra sub-culturas, infelizmente tenho a realidade de quando se liga as subculturas a politica em muito dos casos se têm a ilusão de que os problemas políticos de uma região se resumem as brigas subculturais aqui e ali. Achar que por exemplo o fascismo se resumem aos carecas e que os carecas se resumem a seu rolé são dois erros. Grupos de direita pró-ditatoriais como Resistencia Nacionalista tem entre seus menbros muitos menbros que vieram de outros grupos carecas de fato, mas o que não se vê por exemplo é o que os mesmo já vêm fazendo nas favelas ensinando seus "principios" junto com aulas de artes marciais. Institutos como o IPCO vêm completamente desligado de culturas punks ou skinheads fazendo palestras e fazendo panfletagem para o povo tambem ensinando principios monarquistas sob o lema de "tradição/ familia / propriedade". Enquanto isso  varias pessoas de sub-culturas ficam preocupadas com coisas insignificantes como fulano está na rua ou na internet, fulano não dá rolé, cultura antifascista X tem mais menbros na rua que cultura antifascista Y.

Namoral, dá pra acordar? Dá pra notar que enquanto as pessoas ficam com debates de egos culturais tem gente morrendo dentro e fora do rolé? Sinto informar vocês, mas caso venha uma ditadura não é a cultura "anarko-punk", "punk" ou skinhead que vai salvar vocês. É o povo, o seu Raimundo, o seu José, a dona Ana, entre outras pessoas alheias a tudo que se passa no rolé. Enquanto vocês estão ai discutindo qual cultura é mais numerosa no rolé, impondo que as pessoas tem que andar com você ou impondo que fulano não pode andar com sicrano, os fascistas, monaquistas e outros grupos pró-ditadura estão lá convencendo o povo, pessoas do seu cotidiano, do seu trabalho, da sua comunidade a apoiar eles. Então parem de achar que vocês são os super-herois  poderosos acima do povo protegendo eles das forças malignas e se assuma como um igual, deixe de se um ativista e se torne uma pessoa, de carne e osso com coisas pra aprender e a ensinar, muito alem das subculturas, porque a politica vai desde o preço do leite (ou leite de soja) que você compra, até as obrigações que impôem a você atráves do estado. A subcultura mal direcionada pode se tornar outra Matrix, saia da Matrix, viva a realidade.


Abandone o Ativismo

Andrew X
   


           Este artigo de autoria de Andrew X tem como título original em inglês 'Give up Activism'. Foi publicado no livro de reflexões sobre o 18 de Junho, publicado pelo Reclaim the Streets de Londres. No dia 18 de junho de 1999, data do encontro do G-8 em Colônia, foi realizado um dia de ação global contra o capitalismo, sendo que Londres foi a cidade onde as manifestações ganharam maiores proporções e foram puxadas principalmente pelo Reclaim the Streets [N. do T.].

Um problema visível no dia de ação 18 de junho foi a adoção de uma mentalidade ativista. Este problema se tornou particularmente óbvio com o 18 de junho precisamente porque as pessoas envolvidas na sua organização e as pessoas envolvidas no dia se esforçaram por superar essas limitações. Este artigo não pretende criticar ninguém envolvido em particular - mas sim é uma tentativa de estimular o pensamento sobre os desafios que nos confrontam se levamos realmente a sério a nossa intenção de acabar com o modo de produção capitalista.

EXPERTS
              Por ‘mentalidade ativista’ eu pretendo me referir àquelas pessoas que vêem elas mesmas primeiramente como ativistas e como pertencendo a uma comunidade maior de ativistas. O ativista se identifica com o que ele faz, e o encara como sendo sua função ou papel na vida, como um emprego ou carreira. Da mesma forma que algumas pessoas se identificam com seu trabalho de médico ou professor e, ao invés desse trabalho ser apenas uma coisa que ocasionalmente elas estão fazendo, ele acaba se tornando uma parte essencial da sua auto-imagem.
O ativista é um especialista ou expert em mudança social. Ver a si próprio como um ativista significa ver a si mesmo como sendo alguma espécie de privilegiado ou estando mais avançado do que outros na sua apreciação do que é necessário para a transformação social, no conhecimento de como alcançá-la, e como líder ou pessoa na linha de frente da luta concreta para criar essa transformação.
O ativismo, como todas as atividades de experts, tem sua base na divisão do trabalho – ele é uma tarefa especializada e separada. A divisão do trabalho é a base da sociedade de classe, sendo a divisão fundamental aquela entre o trabalho manual e o trabalho intelectual. A divisão do trabalho opera, por exemplo, na medicina, na educação – ao invés da cura e a criação das crianças serem de conhecimento comum e tarefas que todos participem, este conhecimento se torna a propriedade especializada de médicos e professores – experts que devemos confiar para que façam essas coisas para nós. Experts, de modo ciumento guardam e mistificam as habilidades que eles possuem. Isto mantém as pessoas separadas e sem poder, e reforça a sociedade de classe hierárquica.
A divisão do trabalho implica que uma pessoa exerça uma função em benefício de muitas outras que assim renunciam a essa responsabilidade. Uma separação de tarefas significa que outras pessoas plantarão sua comida, farão suas roupas e suprirão sua eletricidade, enquanto você concordar em realizar uma troca social. O ativista, sendo um expert em transformação social, assume que as outras pessoas não estão fazendo nada para mudar suas vidas, o que o faz sentir um dever ou responsabilidade de fazê-lo no benefício delas. Ativistas imaginam que estão compensando a falta de atividade de outros. Definirmos nós mesmos como ativistas significa definir nossas ações como aquelas que trarão a transformação social, e conseqüentemente desprezando a atividade de milhares e milhares de não-ativistas. O ativismo é baseado nessa concepção errada de que é somente ativistas que fazem a transformação social – quando é claro que a luta de classes acontece todo o tempo.

FORMA E CONTEÚDO
              A tensão entre a forma de ‘ativismo’ na qual nossa atividade política aparece e a ampliação da radicalidade de seu conteúdo cresceu há apenas alguns anos atrás. A experiência que possuíam muitas pessoas envolvidas no 18 de Junho era a de ‘ativistas’ de ‘campanhas’ sobre um ‘tema’. O progresso político que tem ocorrido a partir dos últimos anos tem implicado na saída de muitas pessoas de campanhas sobre temas singulares contra companhias ou desenvolvimentos específicos para uma melhor e promissora perspectiva anti-capitalista, mesmo que imperfeitamente definida ainda. Ainda que o conteúdo da atividade de campanha tenha alterado, a forma de ativismo não mudou. Então, ao invés de visar a Monsanto e ir até sua sede a ocupando, temos agora enxergado além da simples faceta do capital representado pela Monsanto e desenvolvido uma ‘campanha’ contra o capitalismo. E qual lugar melhor para ir e ocupar do que aquilo que é percebido como sendo a sede do capitalismo – a City [centro financeiro de Londres]?
Nossos métodos operacionais são ainda os mesmos de como se estivéssemos visando uma corporação ou desenvolvimento específico, apesar do fato do capitalismo não ser no todo da mesma natureza, e os meios os quais pode-se acabar com uma empresa em particular não serem completamente os mesmos para acabar com o capitalismo. Por exemplo, fortes campanhas de ativistas de direitos dos animais têm obtido sucesso em destruir os criadores de cães Consort e a criadora de gatos Hillgrove Farm. Os negócios foram arruinados e entraram em concordata. Da mesma forma, a campanha levada contra os vivisseccionistas mor, Huntingdon Life Sciences, obteve sucesso reduzindo o preço de suas ações em 33%, mas a empresa conseguiu sobreviver dirigindo uma desesperada campanha de PR na cidade para elevar os preços1. O ativismo pode muito bem acabar com um negócio, porém acabar com o capitalismo requisitará muito mais do que simplesmente estender este tipo de atividade a todos os negócios de todos os setores. Semelhantemente à destruição de açougues por ativistas de direitos animais, o resultado em cadeia é provavelmente e tão somente apenas ajudar os supermercados a fechar todos os pequenos açougues, portanto participar do processo de competição e ‘seleção natural’ do mercado. Com isso ativistas freqüentemente obtém sucesso na destruição de um pequeno negócio enquanto fortalecem o capital como um todo.
Algo similar ocorre com o ativismo anti-estradas. Protestos anti-estradas em larga escala têm criado oportunidades para um inteiro novo setor do capitalismo – segurança, vigilância, construtores de passagens subterrâneas, teleféricos, especialistas e consultores. Somos agora um ‘risco do mercado’ entre outros a serem levados em conta quando se propõem contratos para construção de estradas. Nós podemos inclusive ter ajudado às leis das forças do mercado, forçando saírem as companhias que são mais fracas e menos capazes de competir. A consultora anti-protesto Amanda Webster afirmou: “O advento dos movimentos de protesto trarão vantagens no mercado para aquelas empreiteiras que podem lidar com eles efetivamente”2. Novamente, o ativismo pode destruir um negócio ou parar uma estrada mas o capitalismo segue muito bem adiante, se não mais forte do que antes.
Estes fatos são certamente uma indicação, se alguma fosse necessária, que ferir o capitalismo requer não somente uma mudança quantitativa (mais ações, mais ativistas) mas uma mudança qualitativa (precisamos descobrir alguma forma mais eficaz de agir). Parece que temos muito pouca idéia do que realmente pode ser necessário para destruir o capitalismo. Como se tudo o que precisássemos alcançar fosse algum tipo de mobilização em massa de ativistas ocupando escritórios, e então teríamos uma revolução...
A forma de ativismo tem se preservado apesar do conteúdo desta atividade ter ido além da forma que a contém. Nós ainda pensamos nos termos de sermos ‘ativistas’ fazendo uma ‘campanha’ sobre um ‘assunto’, e porque somos ativistas de ‘ação direta’ iremos e ‘faremos uma ação’ contra um alvo. O método de campanha contra processos específicos ou companhias específicas tem sido mantido sobre esta nova perspectiva de atingir o capitalismo. Estamos tentando atingir o capitalismo e concebendo o que estamos fazendo em termos completamente inapropriados, utilizando um método de operação apropriado ao reformismo liberal. Temos então o bizarro espetáculo de ‘fazer uma ação’ contra o capitalismo – uma prática absolutamente inadequada.

FUNÇÕES
  A função do ‘ativista’ é uma função que adotamos como aquela do policial, pai ou padre – uma estranha forma psicológica que usamos para definir a nós mesmos em relação aos outros. O ‘ativista’ é um especialista ou um expert em transformação social – ainda que quanto mais forte nos apegamos e somos fiéis a este papel e noção do que nós somos, mais estaremos impedindo a transformação que desejamos. Uma verdadeira revolução envolverá a quebra de todos os papéis e funções pré-concebidos e a destruição de todo especialismo – a recuperação de nossas vidas. Este ato de controle sobre nossos próprios destinos o qual é o ato da revolução envolverá a criação de novos seres e novas formas de interação e comunidade. ‘Experts’ de qualquer tipo podem apenas obstruir isto.
A Internacional Situacionista desenvolveu uma rigorosa crítica dos papéis e particularmente do papel do ‘militante’. Suas críticas eram principalmente dirigidas contra ideologias de esquerda e social-democratas porque eram essas principalmente as que eles rivalizavam. Embora essas formas de alienação ainda existam e são facilmente vistas, em nosso meio particular é o ativista liberal que nós conflituamos mais frequentemente do que os militantes da esquerda. No entanto, eles compartilham muitas características em comum (o que é claro, não é surpresa). O Situacionista Raoul Vaneignem definiu o papel como segue: “ Estereótipos são imagens dominantes de um período... O estereótipo é um modelo de um papel; o papel é uma forma de modelo de comportamento. A repetição de uma atitude cria um papel”. Desempenhar um papel é cultivar uma aparência para a negligência de tudo que é autêntico: “sucumbimos à sedução das atitudes emprestadas”. Como desempenhadores de papéis nós vivemos em inautenticidade – reduzindo nossas vidas a uma gama de clichês – “quebrando [nosso] dia em uma série de posturas escolhidas mais ou menos inconscientemente dentro de uma gama de estereótipos dominantes”3. Este processo tem estado em ação desde os primeiros dias do movimento anti-estradas. No Twyford Down após a Quarta Amarela em dezembro de 92, a cobertura da imprensa e da mídia enfocou a Tribo de Dongas e o aspecto contra-cultural dosdreadlocks dos manifestantes. Inicialmente este não era de modo algum o elemento predominante – havia um grande grupo de ramblers no despejo, por exemplo4. Mas as pessoas atraídas para Twyford pela cobertura da mídia acharam que todas as pessoas lá usavam dreadlocks. A cobertura da mídia teve o efeito de fazer com que pessoas ‘comuns’ ficassem longe e mais tipos contra-culturais de dreadlock aparecessem – diminuindo a diversidade dos manifestantes. Mais recentemente, algo parecido aconteceu na maneira como as pessoas trazidas para os locais de protesto pela cobertura da Swampy que elas viram na TV começaram a reproduzir nas suas próprias vidas as atitudes apresentadas pela mídia como características do papel do ‘eco-guerreiro’5.
“Assim como a passividade do consumidor é uma passividade ativa, a passividade do espectador reside na habilidade de assimilar papéis e desempenhá-los de acordo com as normas oficiais. A repetição de imagens e estereótipos oferece um conjunto de modelos do qual se supõe que qualquer um possa escolher um papel”6. O papel do militante ou ativista é apenas um desses papéis, e nesse sentido, apesar de toda a retórica revolucionária que existe nesse papel, ele reside em última instância no seu caráter conservador.
A atividade supostamente revolucionária do ativista é uma rotina cega e estéril – uma constante repetição de umas poucas ações sem potencial para a mudança. Ativistas provavelmente resistiriam à mudança se ela viesse, porque ela destruiria as fáceis certezas de seu papel e o agradável pequeno nicho que eles cavaram para eles mesmos. Como chefes de sindicatos, ativistas são eternos representantes e mediadores. Da mesma forma que líderes sindicais seriam contra o sucesso dos trabalhadores na luta porque isto provavelmente os colocariam fora do emprego, o papel do ativista é ameaçado pela mudança. De fato a revolução, ou mesmo algumas mudanças reais nessa direção, desagradariam profundamente ativistas por destituí-los de seus papéis. Se todos se tornam revolucionários então você não é mais tão especial, não é?
Então por que nós nos comportamos como ativistas? Simplesmente porque é a opção fácil dos covardes? É fácil cair no papel de ativista porque ele se adapta à essa sociedade e não a desafia – ativismo é uma forma aceita de dissidência. Mesmo se como ativistas fazemos coisas que não são aceitas e são ilegais, a forma de ativismo em si é da mesma forma de um emprego – significa que ela se adapta em nossa psicologia e nossa formação. Ela causa uma certa atração precisamente porque não é revolucionária.

NÓS NÃO PRECISAMOS MAIS DE MÁRTIRES
  A chave para entender o papel do militante e o ativista é o sacrifício próprio – o sacrifício de si mesmo para ‘a causa’ a qual é vista como algo separado de si próprio. Isto é claro não tem nada a ver com a verdadeira atividade revolucionária que é encontrar a si próprio. O martírio revolucionário caminha junto com a identificação de alguma causa separada de sua própria vida – uma ação contra o capitalismo que identifica o capitalismo como ‘lá fora’ na City é fundamentalmente um engano – o poder real do capital está aqui mesmo na nossa vida cotidiana – nós recriamos o seu poder todos os dias porque o capital não é uma coisa, mas uma relação social entre pessoas (e também entre classes) mediada por coisas. É claro que eu não estou sugerindo que todas as pessoas envolvidas no 18 de Junho compartilham a adoção deste papel, e o sacrifício próprio que caminha com ele, em uma igual proporção. Como eu disse antes, o problema do ativismo ficou particularmente aparente no 18 de Junho precisamente porque o 18 de Junho foi uma tentativa de quebrar esses papéis e nossos modos normais de operar. Muito do que está escrito aqui é um ‘cenário do pior caso’ que pode levar o desempenho do papel de ativista. A proporção do quanto podemos reconhecer nosso movimento dentro deste quadro nos dará uma indicação de quanto trabalho ainda está por ser feito.
O ativista torna a política cega e estéril e leva as pessoas a se afastarem dela, mas desempenhando esse papel também ele próprio acaba se destruindo. O papel do ativista cria uma separação entre fins e meios: sacrifício próprio significa criar uma divisão entre a revolução como amor e alegria no futuro mas o dever e a rotina agora. A visão de mundo do ativista é dominado pela culpa e obrigação porque o ativista não está lutando por ele mesmo mas por uma causa separada: “Todas as causas são igualmente inumanas”7.
              Como um ativista você tem que negar seus próprios desejos porque sua atividade política é definida de tal modo que estas coisas não contam como ‘políticas’. Coloca-se ‘política’ em uma caixa separada do resto da vida – é como um emprego... se faz ‘política’ das 9 às 5 e então se vai para casa e se faz alguma outra coisa. Porque ela se encontra em uma caixa separada, a ‘política’ existe desobstruída de quaisquer considerações práticas de efetividade do mundo real. O ativista se sente obrigado a manter em funcionamento a mesma velha rotina sem pensar, incapaz de parar ou reconsiderar, o ponto principal é que o ativista é mantido ocupado e alivia sua culpa batendo  sua cabeça em um muro se necessário.
Parte de ser revolucionário pode consistir em saber a hora de parar e esperar. Pode ser importante saber como e quando atacar para uma máxima eficácia e também como e quando NÃO atacar. Ativistas têm a atitude ‘Nós precisamos fazer algo AGORA!’ que parece ser movida por culpa. Isto é completamente anti-tático.
O sacrifício próprio do militante ou do ativista é refletido no seu poder sobre os outros como um expert – da forma como numa religião existe um tipo de hierarquia do sofrimento e da honradez. O ativista assume poder sobre outros pela virtude de seu alto grau de sofrimento (grupos ‘não-hierárquicos’ de ativistas de fato formam a ‘ditadura do mais empenhado’). O ativista utiliza a coerção moral e a culpa para ganhar poder sobre outros menos experientes na teogonia do sofrimento. Sua subordinação de si mesmo anda de mãos dadas com a sua subordinação de outros – todos escravizados pela ‘causa’. Políticos que se auto-sacrificam impedem o crescimento de suas próprias vidas e de seu próprio desejo de viver – isto gera uma amargura e antipatia para a vida que é então virada para o exterior para secar tudo o mais. Eles são “grandes desprezadores da vida... os partidários do auto-sacrifício absoluto... suas vidas distorcidas pelo seu monstruoso ascetismo”8. Podemos observar isto no nosso próprio movimento, por exemplo no local, no antagonismo entre o desejo de sentar ao redor e ter um bom momento versus a culpa de pecador que constrói/fortalece as barricada do trabalho ético e no excessivo vigor que são denunciadas às vezes ‘escapadas para lanches’. O mártir que se auto-sacrifica é ofendido e ultrajado quando percebe que outros não estão se auto-sacrificando. Da mesma forma que o ‘trabalhador honesto’ ataca o batedor de carteira ou distribui socos com tal causticidade, sabemos que é porque ele odeia o seu trabalho e o martírio que ele fez de sua vida e portanto odeia ver qualquer um que escapa à esta luta, odeia ver alguém se divertindo enquanto ele está sofrendo – ele deve trazer todos para a merda em que ele vive – uma igualdade de auto-sacrifício.
Na antiga cosmologia da religião, o mártir de sucesso ia para o céu. Na visão de mundo moderna, mártires bem sucedidos podem procurar entrar para a história. Quanto maior o auto-sacrifício, quanto maior o sucesso em criar um papel (ou ainda melhor, em deixar um completamente novo para as pessoas igualarem – isto é, o eco-guerreiro), se ganha uma recompensa na história – o céu burguês.
A velha esquerda era muito clara na sua chamada pelo sacrifício heróico: “Se auto-sacrifiquem com prazer, irmãos e irmãs! Pela causa, pela Ordem Estabelecida, pelo Partido, pelo Unidade, pela Carne e Batatas!”9. Mas nos dias de hoje é muito mais velado: Vaneigem acusa “jovens radicais de esquerda” de “entrar[em] para o serviço da Causa – a ‘melhor’ de todas as Causas. O tempo que eles têm para a atividade criativa eles destróem entregando panfletos, colando cartazes, participando em manifestações públicas ou falando mal de políticos. Eles se tornam militantes, fetichizando a ação porque outros pensam por eles”10.
Isto ecoa conosco – especialmente sobre a fetichização da ação – em grupos de esquerda os militantes são deixados livres para se engajar em intermináveis trabalhos porque o líder do grupo ou guru possui a ‘teoria’ certa, que é simplesmente aceita e tratada como a ‘linha do partido’. Com ativistas de ação direta é irrelevantemente diferente – a ação é fetichizada, porém mais distante de uma aversão à qualquer teoria.
Embora esteja presente, o elemento do papel de ativista que recai no auto-sacrifício e na obrigação não foi tão significante no 18 de Junho. O que é mais do que um assunto a ser tratado por nós é o sentimento de separação das ‘pessoas comuns’ que implica o ativismo. As pessoas identificam alguma estranha subcultura ou panelinha sendo ‘nós’, como oposto a ‘eles’ que é todo o resto do mundo.

ISOLAMENTO
  A função de ativista é um isolamento auto-imposto de todas as pessoas que deveríamos estar ligados. Incorporando o papel de um ativista se é separado do resto da raça humana como alguém especial e diferente. As pessoas tendem a pensar nelas mesmas na primeira pessoa do plural (a quem você está se referindo quando você diz ‘nós’? ) como se estivessem se referindo a alguma comunidade de ativistas, ao invés de uma classe. Por exemplo, durante algum tempo hoje em dia no meio ativista tem sido popular se expressar por ‘não mais temas isolados’ e pela importância de ‘fazer contatos’. Porém, muitas concepções para essas pessoas do que isso significava se limitava a ‘fazer contatos’ com outros ativistas e outros grupos de campanhas.  O 18 de Junho demonstrou isto muito bem, toda a idéia era ter todas as representações de todas as variadas e diferentes causas e temas em um lugar no mesmo momento, voluntariamente relegando nós mesmos ao gueto das boas causas.
Semelhantemente, os vários fóruns de redes que recentemente surgiram em todo o país – Rebel Alliance em Brighton, NASA em Nottingham, Rioutous Assembly em Manchester, London Underground, etc. possuem um objetivo similar – conseguir que todos os grupos de ativistas na área entrem em contato uns com os outros. Não estou rejeitando isto – é um pré-requisito essencial para qualquer ação futura, mas deveria ser reconhecida a forma extremamente limitada de ‘fazer contatos’ que isto representa. É também interessante que o que os grupos que participam desses encontros possuem em comum consiste em eles serem grupos ativistas – no que eles atualmente estão preocupados parece ser de ordem secundária.
Não é suficiente somente procurar manter contatos com todos os ativistas no mundo, nem é suficiente procurar transformar mais pessoas em ativistas.  Contrariamente ao que algumas pessoas possam achar, não estaremos mais próximos de uma revolução se muitas e muitas pessoas se tornarem ativistas. Algumas pessoas parecem ter a estranha idéia de que o que é preciso é que todos sejam de alguma forma persuadidos a se tornarem ativistas como nós, e consequentemente teremos a revolução. Vaneigem diz: “A Revolução é feita todo dia, apesar e em oposição, aos especialistas da revolução”11.
O militante ou ativista é um especialista em transformação social ou revolução. O especialista recruta outros para a sua pequena área de especialidade de maneira a aumentar seu próprio poder, deste modo dissipando a percepção de sua própria impotência. “O especialista... matricula a si próprio de maneira a matricular outros”12. Como num jogo de pirâmide, a hierarquia é auto-replicante – se é recrutado de maneira a ficar na base da pirâmide, se tem que recrutar mais pessoas para estarem abaixo de você, que farão então exatamente o mesmo. A reprodução da sociedade alienada de papéis e funções é efetuada através de especialistas.
Jacques Camatte em seu ensaio ‘ On Organization’ (1969)13 aponta muito bem que grupos políticos muitas vezes acabam se tornando ‘gangues’ definindo-se por exclusão – a primeira lealdade dos membros do grupo se torna ao grupo ao invés de ser para a luta. Sua crítica se aplica especialmente para a miríade dos setores de esquerda e grupúsculos aos quais ela foi direcionada, mas se aplica em menor proporção para a mentalidade ativista.
O grupo político ou partido se auto-substitui ao proletariado e sua própria sobrevivência e reprodução se torna o soberano supremo – a atividade revolucionária se torna sinônimo de ‘construir o partido’ e recrutar membros.  O grupo considera a si próprio como sendo o único possuidor da verdade e todos fora do grupo são tratados como um idiota que precisa ser educado por esta vanguarda. Ao invés de um debate igual entre camaradas nós temos no lugar a separação da teoria e propaganda, onde o grupo possui sua própria teoria, a qual é quase sempre mantida em segredo na crença de que os jogadores menos mentalmente capazes devem ser ludibriados pela organização através de alguma estratégia de populismo antes que a política seja lançada a eles de surpresa. Este método desonesto de lidar com aqueles fora do grupo é semelhante a um culto religioso – eles nunca lhe dirão de frente seus objetivos e pensamentos.
Podemos ver algumas semelhanças com o ativismo, na maneira como o meio ativista age como a esquerda. O ativismo como um todo possui algumas características de uma ‘gangue’. Gangues de ativistas frequentemente acabam se tornando alianças entre classes, incluindo todo tipo de reformistas liberais por eles também serem ‘ativistas’. As pessoas se vêem primeiramente como ativistas e sua primeira lealdade se volta para a comunidade de ativistas e não para a luta em si. A “gangue” é uma comunidade ilusória, que nos distrai de formarmos uma comunidade maior de resistência.  A essência da crítica de Camatte é um ataque à criação de uma divisão interior/exterior entre um grupo ou classe. Nós nos vemos como ativistas e portanto como estando separados e tendo diferentes interesses da massa da classe trabalhadora.
Nossa atividade deve ser a expressão imediata de uma luta real, não da afirmação da separação e distinção de um grupo particular. Em grupos marxistas a posse da ‘teoria’ é o elemento que determina o poder – é diferente no meio ativista, mas não tão diferente – a posse do ‘capital social’ relevante – conhecimento, experiência, contatos, equipamento, etc., é o elemento primário determinando o poder.
O ativismo reproduz a estrutura desta sociedade e como ela opera: “Quando o rebelde começa a acreditar que ele está lutando por um bem maior, o princípio autoritário dá um corte”14. Este não é um problema trivial, mas é a base das relações sociais capitalistas. O capital é uma relação social entre pessoas mediadas por coisas – o princípio básico da alienação é de que vivemos nossas vidas ao serviço de alguma coisa que nós mesmos criamos. Se nós reproduzimos esta estrutura em nome da política que se declara anti-capitalista, já perdemos antes mesmo de termos começado. Não se pode lutar contra a alienação por meios alienados.

UMA PROPOSTA MODESTA
              Esta é uma modesta proposta de que deveríamos desenvolver maneiras de operar adequadas às nossas idéias radicais. Essa tarefa não será fácil e o autor deste pequeno ensaio não possui uma idéia mais clara de como deveríamos agir sobre este assunto do que qualquer outra pessoa. Não quero dizer que o 18 de Junho deveria ter sido abandonado ou atacado, de fato ele foi uma válida tentativa de ir além de nossas limitações e de criar algo melhor do que o que temos no presente. Porém, na sua tentativa de quebrar com antiquadas e doutrinárias maneiras de fazer as coisas, ele tornou claro as amarras que ainda nos prendem ao passado. As críticas do ativismo que eu expressei acima não se aplicam todas ao 18 de Junho. Porém  existe um certo paradigma de ativismo o qual na sua pior forma inclui todos que eu expus acima, e o 18 de Junho compartilha deste paradigma em certa proporção. Até qual exata proporção é você que deve decidir.
O ativismo é uma forma em parte imposta sobre nós pela fraqueza. Como a ação conjunta levada pelo Reclaim the Streets e os portuários de Liverpool – nos encontramos em tempos em que a política radical é muitas vezes produto de fraqueza mútua e isolamento. Se este for o caso, pode ser que não esteja  sequer dentro do nosso poder romper com o papel de ativistas. Pode ser que em tempos de refluxo da luta, aqueles que continuam a trabalhar pela revolução social fiquem marginalizados e passem a ser vistos  (e vejam a si próprios) como um grupo especial separado das pessoas. Pode ser que isto só seja possível de ser corrigido por um generalizado ressurgir da luta, quando não seremos mais pessoas esquisitas e loucas, mas pareceremos simplesmente estar carregando o que se encontra na cabeça de todos. Porém, para trabalhar no sentido de aumentar a luta, será necessário quebrar com o papel de ativista até a proporção que for possível – para constantemente tentar empurrar as fronteiras de nossas limitações e constrangimentos.
Historicamente, aqueles movimentos que chegaram mais perto de desestabilizar, remover, ou ir além do capitalismo não tiveram como um todo a forma de ativismo. O ativismo é essencialmente uma forma política e um método de operar apropriado ao reformismo liberal que tem sido empurrado além de seus próprios limites e usado para propósitos revolucionários. O papel de ativista ele próprio deve se constituir em um problema para aqueles que desejam a revolução social.

 Andrew X

Aqueles que morreram por nosso ideal

"Um morto andando sobre a terra
com sentimento de revolta
odio motiva por ações de minha
propria espécie,

por mais que ainda esteja
morto meu coração ainda baete
sem motivo, procurando uma razão
um zumbi, um mostro, um demonio, um vampiro,etç...
tudo que tenho é meu orgulho
e o medo de não ter medo de amar
mesmo que não seja amado,
busco nõs que estão a minha volta
minha fortaleza, para não cair diante do "Bem" ou "Mal"
o mundo ainda vai ouvir falar de mim
mais não me conhecerão.
tudo que que posso fazer é esperar o doce som da morte chegar, enquanto ouso o barulho da vida!" Tarzam Punk

Não vou falar tanto sobre ele pois não me sinto tão vontade falar de pessoas que eu não conheci. Mas queria aqui falar sobre um punk que morreu pelo seu ideal. Morte provocada por covardes fascistas que o perseguiam.
Tempos passam e fatos que deveria ficar gravado na história  como exemplo de luta por seu ideal é esquecido, tantas novas gerações não vieram a saber quem foi, aquele que morreu lutando por sua liberdade, para manter e ter sua liberdade, seu ideal. Quantos mais não foram mortos antes de eu mesmo ingressar nas ruas e eu mal sei quem são. Fiquei sabendo quem foi Tarzam pouco depois de sua morte, não o conheci mas mais tarde vim a ter contato com uns de seus textos, muito bons, coesos e coerentes, precisos em suas palavras. Fico triste em saber que muitos, hoje mesmo, ao eu falar a respeito dele não terem ouvido falar. Não triste pela pessoa em si na verdade, seus amigos acredito que fiquem mas como disse não o conheci. triste por saber que  muitas das mortes possam vir a acontecer ainda (e Deus queira que não aconteçam mais, ou se tornem cada vez mais raras pois esse ano foi horrível) possam vir a ser esquecida como só mais uma morte, ou até as mortes que já aconteceram mesmo. Nunca é só mais uma morte, é menos um individuo, uma pessoa, uma vida. Pode se dizer que mesmo que uma pessoa morra permanecerá viva dentro de cada um. E permanece, muitos de seus pensamentos passam a ser divulgados pouco tempo depois, mas quanto tempo dura? Até a próxima leva? Até a próxima geração? Do que depender de meu esforço lutarei pra que aqueles que morreram por seu ideal, por nossa liberdade de se expressar nas ruas não sejam esquecidos. Nenhum morreu a toa, tenho certeza, e não deixemos que seja mais uma morte a toa, seja do Tarzam, Johni ou quem for. Enquanto buscamos inimigos internos e ataques mútuos o inimigo se fortalece. Eles sabem usar as mortes do nosso lado a favor deles, como forma de se promoverem. Nós não sabemos ao menos guardara imagem do que se foram, sabemos? Se sabemos ótimo estamos evoluindo.Que cada um que lutou ao nosso lado ou por nossa liberdade, permaneça vivo dentro de cada um, até dos que não o conheceram. Aos que conheceram tal camarada, peço perdão se disse alguma incoerencia e não me importarei de mudar algo se acharem soar ofensivo. Só não queria deixar que mais uma morte passasse em branco. Poderia ser algum de nós e quem sabe um dia seja, só espero esperançosamente que não.=/

"Os BASTADOS VIVEM, PARA SEMPRE! É HORA DE VISTIR NOSSAS FARDAS NEGRAS E MACHAR PARA UMA LUTA SEM GLORIA NEM VITORIA. NÃO A HONRA NESSA LUTA!" Tarzam Punk

Não tem nome não, bjos

Existe, através de propaganda um tipo de conspiração pra nos fazer felizes, através de um  bombardeamento  de um modelo de vida que vise perfeição, e nós  caimos  como patos nessas  pretensas boas intenções  que nada mais são que formas de deslegitmizar nossas próprias vontades.
Estude bastante, arrume um bom emprego pra ter segurança pra familia que você vai ter, com a mulher perfeita que parece ser um  ''cosplay comportamental''  da virgem maria.
Deixamos de nos arriscar, de descobrirmos aptidões, de coordenarmos idiossincrasias, em  prol do nada.
A gente  pensa em dar pro nossos filhos o modelo  de vida perfeito, sem sequer em momento algum questionar a validade daquilo  tudo.
Como em um trecho de clube da luta , em que Tyler diz : eu me formei, liguei pro  meu pai e perguntei  ''e agora'' ele disse, arrume um  emprego, eu arrumei  e disse ''e agora'' ele disse, sei lá se case...
Porra se eu nasci pra ser mentalmeente  estagnado, pra que seguir em  frente?  tendo a sobrevivencia como meta seria muito mais viril (eis uma coisa que essa sociedade cobra muito  ''a macheza'' e  a fragilidade no caso das mulheres) se afogar no rio mais  próximo  rsrsrsrsrsrsrs.

A gente faz as coisas justamente pra esquecer que temos vontade, como disse antes deixamos de nos arriscas, prq já  temos fixa em nossas  mentes a idéia de que o risco é o fracasso, mas sucesso é o que? lutar pra morrer? comprar pra esquecer? você não precisa se enfiar em uma relação monagâmica  se você não quiser, é claro que voce  vai ter desaprovação, mas pra ser  aprovado você precisa abdicar de interesses.
Não estou dizendo que fazer  tudo contrário do que é exposto é  ser livre, o  que eu quero dizer  é que pode existir  uma outra via , e essa outra  via é SE PERGUNTAR como voce pode fazer as coisas.

Voce pode fracassar nesse meio, e não conseguir  o que voce  quer, sim ESSA É UMA POSSIBILIDADE.
Só que diferente do que nos empurram  24hrs por dia nesse método de PENSAR você  ao menos vai estar vivendo com a proabilidade de erro e acerto e não apenas engolindo o próximo enlatado que te diz como superar as suas crises.

Antifa is dead

Há tempos eu vejo o preconceito e prepotência predominando de forma geral, de pessoas que acham que combater o fascismo se resume a rolé na rua. Pessoas que acham que seu grupo ou sua movimentação ou sua banca ou o simples fato de algum fazer parte de um grupo do mesmo tipo são a unica forme de combate ao fascismo. O rolé antifa surgiu da junção de anarquistas e comunistas dentro do rolé que objetivavam combater através da violência, a violência sofrida por muitos na rua. A questão é que antes do "Antifa" já existiam muitas outras formas de militância antifascista ou anti-ditatorial em si. Agora vêm pessoas da tal cena e querem julgar que quem não age da mesma forma (sendo não se juntando pra perseguir nazis, seja não dando rolé na rua ou seja não andando com punks ou skins) não é Antifascista.
Ora pois vou citar um grande exemplo de  luta contra ditadura, não exatamente contra o fascismo em si mais contra a ditadura, o cartunista Henfil. Henfil tinha uma doença chamada hemofilia, ele não podia ir a passeatas e protestos muitas das vezes pq essa doença faz com que um minimo corte se torne um grave hemorragia, qualquer risco de violência pode provocar uma morte pois impossibilitado de estancar o sangue da pessoa pode há perder sangue até morrer. Logo Henfil não podia ir pra linha de frente física, não podia estar em passeatas muito menos guerrilha porque era risco de morte quase certo. Ele por isso deixou de ser um ativista contra a ditadura? De modo algum, ele fez cartuns,quadrinhos e caricaturas, escreveu textos em revistas, escreveu livros, enfim. E você acha que não deu resultado? Pois bem posso dizer que ele inspirou gerações que vieram muito depois da morte dele, eu mesmo nasci mais de dez anos da sua morte e posso dizer que ele em influenciou mito na minha cultura e formação e em como expressar meu horror as ditaduras principalmente as de direita. Alem de conseguir muitas conquistas que contribuíram pro fim da ditadura. Ele conseguiu de forma humorística fazer varias criticas ao sistema passarem desapercebidas, ele conseguiu derrubar a imagem do presidente Figueiredo de um cara linha dura e tal fazendo com que ele tivesse que começar a dialogar com o povo pro sistema  não perder prestigio, tudo se usando de um parentesco descoberto. Ele lutou até o fim pra dar cara aos fugidos políticos retratando o sofrimento da falta de seu próprio irmão o Betinho.  Ele usou das mídias ao seu alcanssase até o fim pra adiantar muitas anistias antes mesmo do fim da ditadura. Ele conseguiu exilio politico pros perseguidos políticos, passar a primeira peça de teatro sem censura ainda durante o regime do AI5. Enfim, provando que militância não se faz só com ação nas ruas.
Mas enquanto esses "Antifas" decidirem continuar a se fechar em sua cena, achando que todo aquele que não compactuam com seus métodos não são verdadeiros antifascistas. Que combater o fascismo de rua (não digo que não devemos combater mas sim que o fascismo não se resume a isso) é a unica militância real e necessária hoje. Continuara um sistema fechado reproduzindo dogmas e estigmas, tradições e moralismos legalistas. A cena Antifa pra mim nasceu morta porque em seu incio já era fechada em si a outras lutas contra ao fascismo, mas nunca se é tarde para ser livre e recomeçar do jeito certo, então comecem descendo do palanque da superioridade, Ninguem é melhor que ninguem, todos nascemos numa sociedade imerssa em mecanismo de controle que muitas vezes são nos transmitidos pela nossa criação, devemos sim unir todos aqueles que estão do nosso lado na luta contra o estado, seja na internet, na rua, nos grupos de estudos, nas ocupações, nas midias ou onde for, somos todos iguais, sem dedos na cara e complexos de superioridade.

A história se repete

"A história se repete como foi no passado, lucro pro senhor de engenho, nós continua escravo."Um brinde-Inquerito


Vejo varias movimentações em relação a uma passeata organizada por uma vulgo "Brigada Anti-Antifa"
antes de prosseguir quero lembrar de todos os acontecimentos dos últimos tempos
Bolsonaro faz declarações homofóbicas e para muitos também racistas, Carecas e nazistas e outros grupos "Anti-Antifas" que já vinham perseguindo minorias se unem e fazem uma passeata em homenagem ao Bolsonaro, voltando mais na história esses grupos de carecas perseguiram e provocaram a morte de um punk chamado Tarzam.
Maior parte daqueles que fazem parte do rolé começam a se encher de um ódio profundo, afinal tais grupos vêm provocando entre outras coisas morte de amigos, conhecidos entre outras coisas. Logicamente após tal manifestação grupos antifas se expondo colam no mesmo local da passeata do Bolsonaro fazendo uma contra-passeata pra bater de frente, possibilitando não só que os fascistas marcassem o rosto do grupos como também que o decradi pudesse fichar uma serie de punks, vendo uma possível organização dos grupos antifas, grupos fascistas se unem, colam na frente de um show de oi! internacional e provocam mais mortes dessa vez a morte de Johni Raoni Falcão Galanciak.
Vários punks que até nem estavam envolvidos com nada de treta foram atacados por grupos fascistas que portavam facas e mascaras. Agora novamente os mesmos grupos fazem uma concentração, com algumas bandeiras que obviamente que se opõem ao fascismo  são contra como combater imigrações. Os mesmos grupos só que agora sobre a sombra do rotulo de Brigada Anti-Antifa.
O nome é obvio, o principal objetivo do grupo é perseguir quem se opõem a eles, quem se opõem ao fascismo, logo toda essa manifestação se trata de uma obvia desculpa pra novamente marcar as caras uma vez que a rotatividade do rolé trouxe novas pessoas, quando soube da passeata eu fui um dos primeiros a defender uma contra passeata, mas não no mesmo lugar, não do mesmo jeito. Já é obvio que novamente os fascistas virão mais do que preparados, se não for uma emboscada , é uma clara estrategia de marcar a cara de todos e quem sabe até ficha-los. Colar lá, provocar uma nova briga, fomentar o ódio nada disso vai ajudar a combater o fascismo.
Não estou falando que não devemos fazer atividades na rua, panfletagem, stickers, reprodução de cartazes, criação de zonas autônomas e enfim. Só estou dizendo que repetir os mesmos erros de falta de organização, estrategia, atender prontamente a qualquer provocação e responder ódio com mais ódio e histeria, vai continuar fazendo com que o inimigo quer. Os grupos neonazis e carecas de SP querem mais queimar os "antifas" na mídia,ganharem a opinião publica pra eles, e se vitimar marginalizando ainda mais quem se opõem ao fascismo.
Cuidado, não repita os mesmos erros,
"bater num nazi, cuspir num judeu, qual a diferença?
violencia de esquerda, violencia de direita
ciclo de sangue que não oferece nada de novo
e liberdade é o que nós queremos"
termino assim com o trecho da musica postada no blog na ocasião da morte do nosso companheiro Johni =/


Recado pessoal

   Sim, seria uma retrospectiva. Mas as notícias são nada boas e vocês já conhecem cada uma delas!
   Eu sei que é apenas o começo de um calendário de 12 meses... Mas 2011 foi um ano muito difícil para muitos de nós! Aconteceram mudanças, algumas necessárias. E perdas desnecessárias!
Presidente mulher, presidente negro, mortes, enchentes, tsunamis, alagamentos, invasões, terrorismos, corrupção, assaltos...

   Essas são notícias de mídia! É claro que muita, muita coisa mesmo não é publicado nos jornais, e quando são publicadas são editadas e modificadas! O vilão passa a ser o mocinho e o mocinho passa a ser o vilão!

   O recado que eu queria deixar, é que independente de como foi 2011, eu espero que daqui para frente, possamos trazer melhoras para a vida de todos nós! Não é questão de Revolução mundial, mas sim uma grande Revolução dentro de cada um de nós!
Muito obrigado a quem está sempre ligado ao que acontece e realmente tem vontade de mudar alguma coisa! Nós não estamos sozinhos e é muito aconchegante saber disso!
Eu não queria falar sobre isso, mas acho motivo de lembrança! A morte de um camarada: Johni Galanciak! Ele até foi motivo de notícia, mas seu nome foi publicado como fascista e terrorista! Mas aqui, será motivo de esperança! A luta continua e o Johni estará presente em cada ato de mudança que fizermos! Taca o terror nessa porra ae Johni! =) Muita luz mano! O amor é a única revolução verdadeira. A ÚNICA REVOLUÇÃO VERDADEIRA É O AMOR!

   Não achei justo na primeira postagem do ano falar sobre o sistema e blá, blá, blá! Eu venho por meio deste, desejar a todos um ano com pessoas melhores, para que possamos crescer a cada dia com nossos ideais!

   Valew gente!
                  


Desvio de foco

"Não, eu não sou contra a corrupção. Isso é perda de tempo e desvio de foco (e tudo que as elites dominates querem). Corrupção é só um resultado (irrelevante) do sistema. Eu sou contra este sistema imoral e criminoso per si. Se mobilizar ou mesmo se posicionar contra a corrupção serve apenas para legitimar o sistema."
F.F.C

Há tempos eu vejo as pessoas no rolé de forma geral meio perdidas gritando não se sabe muito o que e lutando não se sabe tanbem porque e por qual motivo. Observo isso principalmete entre as novas levas que chegam no rolé como tanbem nas que não conseguiram de certa forma ganhar um certo posicionamento. Vejo individuos que se dizem anarquistas defendendo o estado quando a maioria do rolé defende o estado, mas ainda se dizendo anarquistas. Vejo pessoas dizerem lutar contra o sistema, tratarem os neo-fascistas de rua como consequencia do proprios sistema mas logo depois dizerem que temos que usar o sistema contra eles. Ora se o fascismo de rua é consequencia do sistema não vai ser o sistema que vai resolver o problema. Pessoas denunciando a corrupção inerente do ser humano e a impossibilidade dele assumir qualquer forma de poder frente a isso e depois levantar bandeiras pra ir na marcha contra a corrupção. Uma vez nesse blog já denunciaram aqui um duplipensar que circunda a cabeça das pessoas, mas as vezes não vejo nem tanto isso mais uma falta de foco mesmo, alguem que quer gritar ou berrar alguma coisa como eu disse sem saber muito o que e porque. Não é meu objetivo aqui defender um anarquismo especifista que exlcua outras formas de expressões. Minha preocupação se atem mais a não se saber o que defender nem porque. Afinal se não sabemos pra onde estamos indo pra qualquer lugar que nos levem está bom. Muitas vezes por isso apoiamos movimentos que nos atrapalham mais do que ajudam (pelo menos aos anarquistas). Porque a maioria do povo do rolé inclusive que se dizem anarquistas hoje lutam pela estatização das empresas privadas? Sendo que o Estado é um orgão muito mais opressor, monopolista e coercitivo que qualquer orgão privado? Sendo que o maior inimigo do anarquismo (pela sua natural ineficiencia) é o poder, ou seja o estado?
Se o estado cria os fascistas de rua porque colocar eles como se fossem o inimigo maior a ser vencido se eles são produto direto das ações estatais? Porque se aliar com a defesa do estado pra combate-los? Estado esse que mata tanto ou mais que eles?
Enfim você sabe pelo que você luta? Se você luta contra o fascismo aprenda fascismo é "tudo para o estado nada contra o estado, nada fora do estado" defeinido por seu criador, logo os fascistas de rua são só mais uma expressão de um todo maior. Se você luta pelo anarquismo, você luta contra qualquer forma de estado logo contra qualquer estatização. Se você luta contra o sistema não faz sentido lutar contra a corrupção do mesmo, para que o mesmo funcione corretamente. Se você luta pela liberdade, não faz sentido tirar a liberdade dos outros para alcanssar seus fins. Se você luta só pra viver seu rolé em paz se drogando e curtindo som, otimo é sua opinião tanbem, vc tem essa liberdade, seu foco é esse então pare de dizer que você luta pela anarquia, comunismo e outros ismos no rolé mantenha seu foco.
Ter foco não quer dizer qe você não respeita a luta dos outros ou a bandeira dos outros, quer dizer que você sabe onde está e onde quer chegar. E que você vai apoiar o que ajuda a crescer teu ideal e não qualquer coisa que qualquer um lhe empurre.
Pense nisso.