Convém neste contexto, lembrar os “nacionais”. Pedir aos 38 Estados alemães que ajam como uma nação só pode ser comparado ao desejo insensato de que 38 enxames, guiados por 38 abelhas-mestras se juntem e formem um único enxame. Abelhas são todas elas; no entanto quem se une e se pode unir não são abelhas enquanto abelhas, mas apenas as abelhas súditas, ligadas às rainhas que dominam. As abelhas, como os povos, não tem vontade, ambos são guiados pelo instinto da rainha.
Se se lembrasse as abelhas seu ser-abelha, qualidade à luz todas são iguais, estaria se fazendo o mesmo que agora se faz de forma tão intempestiva ao lembrar aos alemães sua germanidade. A germanidade tem paralelos com o ser-abelha pelo fato que a ambos é inerente a necessidade da divisão e da separação, sem que isso os leve a separação definitiva, em que a separação encontraria o seu fim em sua própria realização : falo aqui da separação do homem em relação ao homem. A germanidade divide-se, é certo, em vários povos e estirpes, ou seja colmeias, mas o individuo que possui essa qualidade de ser alemão é ainda tão impotente como a abelha isolada. Apesar disso só os indivíduos isolados podem se unir em associações, e todas as alianças e uniões de povos são combinações mecânicas porque, aqueles que se associam, pelo menos se forem os “povos”, não tem vontade . Só a ultima separação acaba com a própria separação e se transforma em associação.
Ora, os nacionais esforçam-se por construir a unidade abstrata, sem vida, à maneira das abelhas; mas os próprios lutarão pela unidade que desejam, a da associação. A característica de todos os desejos reacionários é a de quererem construir algo universal, abstrato, um conceito vazio e sem vida, enquanto os seus próprios procuram libertar o que é individual, vigoroso e cheio de vida da tralha das generalidades. Os reacionários gostariam de fazer emergir da terra um povo, uma nação; os eus próprios só se veem a si. No essencial, os esforços que hoje estão, na ordem do dia ; nomeadamente reconstituição dos direitos regionais das antigas divisões em linhagens (Francos, Bavaros etc., o lausitz etc.) e a reconstituição da unidade nacional coincidem. Entretanto os alemães só se entenderão, isto é, só se unirão quando acabarem com a natureza das abelhas e deitarem abaixo todas as colmeias. Em outras palavras- quando forem mais do que alemães. Só então poderão fundar uma “associação dos alemães”. Não é nacionalidade, não é ao útero materno que eles devem regressar para renascerem: cada um deve regressar a si próprio. Que coisa mais ridícula e sentimental quando um alemão estende a mão a outro e, com um frêmito sagrado, lha aperta por que “também ele é alemão”! E sendo alemão é um homem às direitas! Mas isso ainda será visto como comovente enquanto se sonhar com “fraternidades” , ou seja, enquanto as pessoas forem dominadas por uma mentalidade de família de alemães, não conseguem se libertar da supertição de “amor familiar”, da “fraternidade” ou do “ sentimento filial” , ou como dizem outras formulas piedosas e sentimentais, do espírito de família.
Os chamados nacionais deveriam, alias conhecer-se melhor a si mesmos para cortarem as ligações com os pangermanistas sentimentalistas. Pois a união para fins e interesses materiais que eles reclamam dos alemães não leva a outra coisa que não seja uma associação voluntaria.
Assim falou Max stirner. (o unico e sua propriedade- pg 296..)
Sendo assim, concluo apenas que, trazendo tal ideia do Anarquista e individualista supra citado aos nossos dias e ao nosso territorio, o Brasil é um coletivo de colmeias, que cada uma explora o seu povo da sua forma , porém tem a garantia do poder ao juntar forças com as outras colmeias, formando assim, o nosso território político nacional, 26 Estados centralizando o seu poder capital e político num poder único que representa os “interesses nacionais”.
Partindo deste ponto, poderíamos deixar um pouco de ser cabeça fechada ou conservador(mesmo que alguns se digam anarquistas, são conservadores sim) e partirmos ao raciocínio lógico:
Separatismo seria então uma estratégia libertaria, desde que houvesse a livre migração e emigração. Sendo assim, o poder nacional não existiria, existiria apenas um poder em menor escala e mais fácil de derrubar, ou de apenas ignorar tal coisa, pois não aceitamos em algum momento ser dominados e não devemos satisfação à tal parasita.
Porem, torna-se obvio o pensamento de que, um governo global, seria a união total de todas as colmeias, muitas vezes isso pode ser confundido com internacionalismo. É importante ressaltar, o separatismo libertário é internacionalista e não tem em sua ideia qualquer preconceito, ou separação do povo, prega-se apenas a divisão, para a valorização cada vez mais do individuo. Dividir o pais em diversos pedaços, dividir tais pedaços em milhões, e assim ir conseguindo a autonomia e a emancipação individual, para se acharmos necessário, realizar associações, criar um livre mercado, para a troca de mantimentos ou produção, ou apenas iniciar a guerra egoísta contra todos, conseguindo por meio da força e da resistência, tudo o que achar necessário para a nossa sobrevivência.